BLAISE PASCAL

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(1623-1664)

Pascal na WIKIPÉDIA

 

“Não sei quem me pôs no mundo, nem mesmo o que sou. Estou numa ignorância terrível de todas as coisas. Não sei o que é o meu corpo, os meus sentidos, nem o que é a minha alma, e até esta parte de mim que pensa o que agora digo, reflectindo sobre tudo e sobre si mesma, não se conhece melhor do que o resto. Vejo-me encerrado nestes imensos e intimidantes espaços do universo e sinto-me ligado a um recanto da vasta extensão, sem saber porque fui colocado aqui e não em outra parte qualquer, nem porque o pouco tempo que me é dado para viver me foi conferido neste período de preferência a outro período de toda a eternidade que me precedeu e de toda a que me segue”.

(“Pensamentos”, I)

 

 

 

“Só vejo o infinito em toda a parte, encerrando-me como um átomo e como uma sombra que dura apenas um instante e não volta”

(“Pensamentos”, I)

 

 

 

“ (…) Só há duas espécies de pessoas que podem ser reconhecidas como razoáveis: as que servem Deus de todo o coração porque O conhecem, ou os que o procuram de todo o coração porque não O conhecem”.

(“Pensamentos”, I)

 

 

 

“A virtude última da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam. Revelar-se-á fraca se não chegar a conhecer isso. É preciso saber duvidar onde é preciso, afirmar onde é preciso, e submeter-se onde é preciso. Quem não procede assim não entende a força da razão. Há os que pecam contra esses três princípios, ou afirmando tudo como demonstrativo, não precisando ser conhecido por demonstrações; ou duvidando de tudo, não precisando saber onde é necessário submeter-se; ou ainda submetendo-se a tudo, não precisando saber onde é necessário julgar”.

(“Pensamentos”, V, 1)

 

 

 

“Não há nada tão conforme à razão como a retratação da razão nas coisas que são de fé; e nada tão contrário à razão como a retratação da razão nas coisas que não é de fé. Dois excessos: excluir a razão, e nada mais admitir do que a razão”.

(“Pensamentos”, V, 1)

 

 

 

 “O coração tem suas razões, que a razão não conhece: sabe-se isso em mil coisas. Eu digo que o coração ama o Ser universal naturalmente, e a si mesmo naturalmente, conforme a isso se aplique; e se endurece contra um ou outro, à sua escolha. Rejeitastes um e conservastes o outro: é com razão que amais? É o coração que sente Deus, e não a razão. Eis o que é a fé: Deus sensível ao coração, não à razão”.

(“Pensamentos”, XVI, 3)

 

 

 

“É uma coisa horrível sentir continuamente escoar-se tudo o que se possui e a que a gente se possa ligar; sem ter vontade de procurar se não há alguma coisa de permanente no qual possamos confiar”.

 (“Pensamentos”, XVI, 17)

 

 

 

“Nunca se pratica o mal tão plena e tão alegremente como quando praticado por um falso princípio de consciência”

(“Pensamentos”, XVI, 43)

 

 

 

“Os homens tomam, muitas vezes, a sua imaginação por seu coração; e julgam estar convertidos desde que pensam converter-se”.

(“Pensamentos”, XVI, 51)

 

 

 

“A razão age com lentidão e com tantas vistas e sobre tantos princípios, os quais é preciso que sejam sempre presentes, que a toda hora adormece e se afasta por não ter todos esses princípios presentes. O sentimento não age assim: age num instante e está sempre pronto a agir. É preciso, pois, pôr a nossa fé nos sentimentos do coração; de outro modo, ela será sempre vacilante”.

(“Pensamentos”, XVI, 51)

 

 

 

“O menor movimento importa a toda a natureza: o mar inteiro se modifica com uma pedra (…) ”.

(“Pensamentos”, XVI, 76)

 

 

 

“O acaso dá os pensamentos, o acaso os tira; nenhuma arte para os conservar ou para os adquirir”.

(“Pensamentos”, XVI, 89)

 

 

 

“Pois, enfim, o que é o homem na natureza? Um nada em relação ao infinito, tudo em relação ao nada: um meio entre nada e tudo. O fim das coisas e o seu princípio estão para ele ocultos num segredo impenetrável; igualmente incapaz de ver o nada de onde foi tirado e o infinito que o absorve. A nossa inteligência ocupa, na ordem das coisas inteligíveis, a mesma ordem que o nosso corpo na extensão da natureza”.

(“Pensamentos”, XVII, 1)

 

 

 

 “A grandeza do homem é grande na medida em que ele se reconhece miserável. Uma árvore não se conhece miserável. É, pois, ser miserável conhecer-se miserável; mas, é ser grande conhecer que se é miserável. Todas essas misérias provam a sua grandeza. São misérias de grande senhor, misérias de um rei destronado”

(“Pensamentos”, XVIII, 7)

 

 

 

“O homem não passa de um junco, o mais fraco da natureza, mas é um junco pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo. Um vapor, uma gota de água, é o bastante para matá-lo. Mas, conquanto o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que aquilo que o mata, porque sabe que morre; e a vantagem que o universo tem sobre ele, o universo a ignora. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento”.

(“Pensamentos”, XVIII, 8)

 

 

 

“O homem é visivelmente feito para pensar; aí reside toda a sua dignidade e todo o seu mérito, e todo o seu dever é pensar como é preciso: ora, a ordem do pensamento é começar por si, e por seu autor e seu fim. Ora, em que é que pensa o mundo? Nisso, nunca; mas sim em dançar, em tocar alaúde, em cantar, em fazer versos, em correr o anel, etc., em construir-se, em fazer-se rei, sem pensar no que é ser rei e ser homem”.

(“Pensamentos”, XVIII, 12)

 

 

 

“Somos tão presunçosos que desejaríamos ser conhecidos de toda a terra, e até das pessoas que vierem quando nela não estivermos mais; e somos tão vãos que a estima de cinco ou seis pessoas que nos cercam nos diverte e nos basta”.

(“Pensamentos”, XIX, 4)

 

 

 

 “ (…) É sem dúvida um mal ser cheio de defeitos; mas, é ainda um mal maior ser cheio deles e não querer reconhecê-los, uma vez que isso é acrescer-lhes ainda o defeito de uma ilusão voluntária. Não queremos que os outros nos enganem; não achamos justo que queiram ser estimados por nós mais do que merecem: não é, pois, justo também que os enganemos e queiramos que nos estimem mais do que o merecemos. (…) O homem não é, pois, senão disfarce, mentira e hipocrisia, quer em si mesmo, quer em relação aos outros. Não quer que se lhe diga a verdade, evita dizê-la aos outros; e todas essas disposições, tão afastadas da justiça e da razão, têm uma raiz natural em seu coração”.

 (“Pensamentos”, XIX, 9)

 

 

 

 “A imaginação dispõe de tudo; faz a beleza, a justiça e a felicidade, que é tudo no mundo (…) “.

(“Pensamentos”, XIX, 10)

 

 

 

“Não ficamos nunca no tempo presente. Antecipamos o futuro como demasiado lento para vir, como para apressar o seu curso; recordamos o passado, para pará-lo, como demasiado pronto: tão imprudentes que erramos nos tempos que não são nossos e não pensamos só no que nos pertence; e tão vãos que sonhamos com os que já não são nada e evitamos sem reflexão o único que subsiste”.

(“Pensamentos”, XX, 7)

 

 

 

“Que cada um examine o seu pensamento, e o achará sempre ocupado com o passado e o futuro. Quase não pensamos no presente: e, quando pensamos, é só para tirar dele a luz para dispor do futuro. O presente nunca é o nosso fim. Assim, não vivemos nunca, mas esperamos viver; e, dispondo-nos sempre a ser felizes, é inevitável que não o sejamos nunca”.

(“Pensamentos”, XX, 7)

 

 

 

“ (…) Porque os sonhos são todos diferentes e se diversificam, o que se vê neles afecta bem menos que o que se vê em vigília, por causa da continuidade, que não é, contudo, tão contínua e igual que não mude também; mas, menos bruscamente, se não raramente, como quando se viaja; e então se diz: «Parece-me que sonho»; pois a vida é um sonho um pouco menos inconstante”.

(“Pensamentos”, XX, 13)

 

 

 

“As ciências têm dois extremos que se tocam: o primeiro é a pura ignorância natural em que se acham todos os homens ao nascer; a outra extremidade é aquela a que chegam as grandes almas que, tendo percorrido tudo o que os homens podem saber, acham que não sabem nada e se tornam a encontrar nessa mesma ignorância de onde partiram. Mas, é uma ignorância sábia que se conhece. Aqueles dentre os que saíram da ignorância natural e não puderam chegar à outra têm alguma tintura dessa ciência suficiente, e fazem-se de entendidos. Esses perturbam o mundo e julgam mais mal de tudo que os outros”.

(“Pensamentos”, XX, 15)

 

 

 

 “A morte é mais fácil de suportar sem pensar-se nela do que o pensamento da morte sem perigo”.

(“Pensamentos”, XXI, 3)

 

 

 

“Condição do homem: inconstância, desgosto, inquietude”.

(“Pensamentos”, XXI, 6)

 

 

 

“Nada é tão insuportável ao homem como estar em pleno repouso, sem paixão, sem ocupação, sem diversão, sem aplicação. Ele sente, então, o seu nada, o seu abandono, a sua insuficiência, a sua dependência, a sua impotência, o seu vazio. Sem moderação, sairá do fundo da sua alma o aborrecimento, a melancolia, a tristeza, a aflição, a raiva e o desespero”.

(“Pensamentos”, XXI, 9)

 

 

 

“Conhecemos a verdade, não somente pela razão, mas ainda pelo coração; é desta última maneira que conhecemos os primeiros princípios, e é em vão que o raciocínio, que deles não participa, tenta combatê-los. Princípios se sentem, as proposições se concluem; e tudo com foros de certeza, embora por diferentes vias. E é tão ridículo que a razão peça ao coração provas dos seus primeiros princípios, para querer consentir neles; quanto seria ridículo que o coração pedisse à razão um sentimento de todas as proposições que ela demonstra, para querer recebê-los”.

(“Pensamentos”, XXII, 1)

 

 

 

“Como se explica que um coxo não nos irrite, e que um espírito coxo nos irrite? É que um coxo reconhece que andamos direito, e um espírito coxo diz que somos nós que coxeamos; sem isso, teríamos piedade dele, e não raiva”.

(“Pensamentos”, XXIII, 11)

 

 

 

“A justiça é o que está estabelecido; e, assim sendo, todas as nossas leis estabelecidas serão necessariamente tidas como justas sem ser examinadas, uma vez que estão estabelecidas”.

(“Pensamentos”, XXIV, 11)

 

 

 

“Os grandes e os pequenos têm os mesmos acidentes, os mesmos aborrecimentos e as mesmas paixões; mas um está no alto da roda, e o outro perto do centro e assim menos agitado pelos mesmos movimentos”

(“Pensamentos”, XXIV, 15)

 

 

 

“As coisas têm diversas qualidades, e a alma diversas inclinações; pois não é simples nada do que se oferece à alma, e a alma nunca se oferece simples a nenhum sujeito. Eis porque, às vezes, choramos e rimos de uma mesma coisa”

(“Pensamentos”, XXIV, 21)

 

 

 

“Tenho como um facto que, se todos os homens soubessem o que dizem uns dos outros, não haveria quatro amigos no mundo. É o que evidenciam os desentendimentos causados pelas informações indiscretas que às vezes se dão a respeito”.

(“Pensamentos”, XXIV, 40)

 

 

 

“A medida que se tem mais espírito, acha-se que há mais homens originais. As pessoas comuns não acham diferença entre os homens”.

(“Pensamentos”, XXIV, 45)

 

 

 

“O espírito crê naturalmente, e a vontade ama naturalmente; de sorte que, à falta de verdadeiros objectos, eles precisam de se ligar aos falsos”.

(“Pensamentos”, XXIV, 49)

 

 

 

“Nossa natureza está em movimento; o repouso completo é a morte”.

(“Pensamentos”, XXIV, 67)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Os "Pensamentos" em versão portuguesa:

 

Editado no site "O Dialético" de Thiago Maia:

http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/filo1.htm

 

ou

Para download no site "Ateus.net":

http://ateus.net/ebooks/index.php

 

 

 

Uma biografia de Blaise Pascal:

http://www.hottopos.com.br/vidlib2/blaise_pascal.htm

 

 

Pascal no site do ABU (Bibliothèque

Universelle) :

 

Os “Pensamentos”:

http://abu.cnam.fr/cgi-bin/go?penseesXX1

 

“Pequenos Escritos Filosóficos e Religiosos”:

http://abu.cnam.fr/cgi-bin/go?pascalpetits1

 

As “Cartas”:

http://abu.cnam.fr/cgi-bin/go?pascaldiv1

 

A “Máquina de Operações Aritméticas”:

http://abu.cnam.fr/cgi-bin/go?machine3